As perdas técnicas de energia representam um desafio significativo no setor elétrico, impactando a eficiência e a sustentabilidade das redes de distribuição
Neste artigo, apresentaremos um panorama geral sobre o que são as perdas técnicas de energia, onde ocorrem, por que acontecem e seus principais tipos. Também abordaremos como as empresas e concessionárias de energia lidam com essas perdas, além de estratégias para a sua prevenção e redução.
As perdas técnicas de energia referem-se à dissipação de energia elétrica durante o processo de transmissão e distribuição em sistemas de energia. No Brasil, em média, as perdas técnicas sobre energia injetada (IE) rondam os 7,3% anuais, com o Norte (30,46%) e o Nordeste (15,40%) liderando o ranking, segundo a Aneel. Os estados do Pará (11,87%) e Amapá (11,50%) e Tocantins (11,59%) são os que mais tiveram perdas técnicas sobre energia injetada segundo levantamento recente da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).
Essas perdas são consideradas inerentes aos processos de transmissão e distribuição. E ocorrem devido à resistência elétrica dos condutores, transformadores, dispositivos de manobra e outros componentes presentes nas redes de distribuição.
“As perdas técnicas são intrínsecas do sistema elétrico, elas sempre vão existir. As distribuidoras têm perdas em torno de 5% a15%, a depender da empresa, mas, em termos de montante, é muita energia perdida. Então, qualquer ponto percentual que a distribuidora consiga reconhecer na tarifa é um custo evitado bastante considerável”, ressalta Fernando Locks Lange, consultor regulatório de perdas da Codex Utilities.
“É importante ter esse número bem aderente à realidade para evitar prejuízos na compra e venda de energia por parte das distribuidoras”, complementa.
“É importante que a metodologia de aferição de perdas técnicas seja sempre aperfeiçoada em busca de um cálculo mais fidedigno à realidade da distribuidora. A Aneel realiza atualmente o cálculo por simulações de fluxo de potência na média e baixa tensões, impondo algumas condições de glosa, e por medições na alta tensão. Porém, os fatores externos também podem aumentar a quantidade de perdas, como o mencionado aumento das temperaturas”, destaca Lange.
No entanto, ele também aponta fatores que podem ajudar a reduzir as perdas técnicas. “É importante considerar as tecnologias disruptivas, como o aumento da penetração da geração distribuída [GD] e sistemas de armazenamento de energia, que também impactam o cálculo elétrico. São tópicos que devem aparecer nas discussões do setor nos próximos meses”, complementa, acrescentando que a inclusão da geração distribuída nos cálculos tende a reduzir o percentual de perdas, já que a distribuição de energia se dará também com geradores mais próximos dos locais de consumo.
Além das perdas técnicas, existem as perdas não técnicas de energia, também chamadas de perdas comerciais, relacionadas principalmente com furtos de energia, fraudes e manipulação dos medidores. Lange mencionou a solução da Codex Utilities para Gestão de Perdas Técnicas (GPer) como uma ferramenta que pode apoiar na mitigação desse problema.
“O GPer acaba auxiliando também nas perdas não técnicas porque as condições para definir as energias no cálculo de perdas técnicas são atribuídas em função dos dados medidos, que consideram a energia que vai para o consumidor, a energia das perdas técnicas e a das não técnicas. O resultado fornece um direcionamento de onde estão alocadas as maiores perdas não técnicas reais da rede, ajudando a empresa a identificá-las. Entretanto, esse é um problema bastante complexo, e faz sentido haver um tratamento regulatório diferenciado para fins de reconhecimento na tarifa de energia elétrica”, conta.
Existem mapeados vários tipos de perdas técnicas, entre os quais, podemos destacar:
Sendo um problema comum e recorrente, empresas de distribuição e transmissão de energia precisam se preparar para evitar e sanar a ocorrência de perdas técnicas. Abaixo, estão algumas das ações mais frequentes.
Também vale a pena detalhar algumas estratégias de mitigação e prevenção de perdas técnicas, como:
Além de investir em tecnologia, garantir equipamentos de alta qualidade ajuda a reduzir as perdas associadas a componentes de baixa eficiência.
Para muitas empresas tradicionais e com alta abrangência de localidades, a substituição de infraestrutura obsoleta por componentes modernos e eficientes pode ser um desafio, mas, é, sem dúvidas, uma ação necessária.
Planejar a infraestrutura de distribuição de maneira eficiente, reduzindo distâncias e otimizando o layout da rede também é um recurso essencial, sobretudo no processo de modernização e digitalização dessas empresas.
As perdas técnicas de energia são uma realidade no setor elétrico, mas estratégias de mitigação e prevenção podem significativamente minimizar seus impactos. O investimento em tecnologias avançadas, o monitoramento constante e a melhoria contínua da infraestrutura são passos cruciais para garantir a eficiência e a sustentabilidade das redes de distribuição de energia elétrica.
“É importante, para a empresa, analisar também a configuração topológica das redes, e como ela trabalha a questão dos alimentadores, que são predominantemente radiais. É fundamental que eles sejam distribuídos visando uma otimização das perdas e isso pode ser feito por meio de simulações”, exemplifica Lange.
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