“O mundo pode enfrentar um déficit de 40% de água doce até 2030. Em 2040, quase uma em cada quatro crianças viverá numa zona em estresse hídrico extremamente elevado. Todo este impacto das alterações climáticas não são ameaças futuras, são realidades cotidianas. Nós sabemos que, em muitas comunidades, a crise climática dificulta ainda mais as pessoas encontrarem fontes fiáveis de água potável, manterem uma boa higiene e fazerem os sistemas de saneamento funcionarem.” – Catarina de Albuquerque, diretora-executiva da iniciativa Saneamento para Todos, da ONU
Tema crucial para a saúde pública, o tratamento de água e esgoto também é assunto da pauta de meio ambiente e um tópico fundamental para se alcançar o sexto dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas: o acesso universal a água potável e saneamento.
Segundo um estudo recente do Instituto Trata Brasil, com dados do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS), aproximadamente 32 milhões de brasileiros vivem sem acesso à água potável e 90 milhões não têm coleta de esgoto no país. Como forma de mitigar essa situação, há quatro anos foi sancionado o Novo Marco Legal do Saneamento, que visa à universalização dos serviços de água e esgoto em nosso país até 2033.
No contexto do futuro, dentro e fora do Brasil, diversas inovações e iniciativas estão sendo adotadas por governos e empresas para aprimorar os processos de tratamento de água e esgoto. Vejamos algumas delas.
Empresas têm investido em tecnologias de membranas avançadas e nanotecnologia para purificação da água. Esses sistemas permitem a remoção mais eficiente de contaminantes, como poluentes químicos, bactérias e vírus, tornando a água própria para consumo humano.
Países em regiões áridas ou com escassez de água, como alguns do Oriente Médio, têm apostado em tecnologias de dessalinização para transformar água do mar em água potável. A dessalinização por osmose reversa e outras técnicas têm se tornado cada vez mais eficientes e acessíveis.
Abordagens baseadas na natureza (nature-based solutions) também são destaques. Isso inclui o uso de áreas úmidas construídas, plantas aquáticas e técnicas naturais para filtrar e purificar a água, reduzindo a dependência de processos químicos intensivos.
Empresas e governos têm investido em sistemas de tratamento de esgoto avançados para produzir água tratada de alta qualidade, que pode ser reutilizada para irrigação, recarga de aquíferos, resfriamento industrial e até mesmo para consumo humano indireto. Países como Chipre e Malta contam com taxas de mais de 60% de reuso. Para saber mais, confira aqui relatórios sobre essa prática no Brasil.
O uso de biorremediação e tecnologias verdes no tratamento de esgoto promove a degradação natural de resíduos orgânicos e químicos por meio de microrganismos e plantas, reduzindo a poluição e promovendo a recuperação de ecossistemas aquáticos.
Além das iniciativas mencionadas, a gestão inteligente de recursos hídricos envolve a aplicação de tecnologias avançadas e estratégias para monitorar, conservar e gerenciar de maneira eficiente os recursos de água disponíveis. Entre as ações, estão:
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As novas tecnologias também terão cada vez mais um papel fundamental no setor de saneamento ao contribuírem significativamente para o cumprimento das metas estabelecidas pelos países. Tais como:
IoT (Internet das Coisas)
Sensores IoT podem ser instalados em diferentes pontos das redes de abastecimento de água e sistemas de esgotamento sanitário para monitorar em tempo real o fluxo, pressão, qualidade da água e vazamentos. Esses sensores permitem uma detecção mais rápida de imprevistos, como vazamentos, possibilitando ações preventivas e correções ágeis antes de se tornarem grandes problemas.
Esse monitoramento também permite identificar padrões de uso ou até mesmo a existência de ligações clandestinas. Essas informações são valiosas para a tomada de decisões e o planejamento estratégico para reduzir perdas e otimizar a distribuição.
Inteligência Artificial (IA)
A IA tem sido vista como grande aliada dos desafios do setor, que se agravam com as mudanças climáticas. Principalmente na melhoria da eficiência operacional, experiência do consumidor e experimentação de novas fontes de receitas para a economia digital.
A IA pode ser empregada na análise de grandes volumes de dados coletados pelos sensores IoT. E é capaz de identificar padrões, prever problemas, otimizar operações e sugerir estratégias para melhorar a eficiência dos serviços de saneamento.
Sistemas de IA podem ser utilizados para prever demandas futuras com base em dados históricos, condições climáticas, crescimento populacional e mudanças de hábitos, permitindo um planejamento mais preciso para atender às necessidades de abastecimento de água e tratamento de esgoto. Algoritmos de IA também podem ser aplicados na manutenção preditiva, identificando falhas potenciais em equipamentos e infraestrutura antes que ocorram, o que reduziria o tempo de inatividade e os custos de reparo.
Sistemas de Informação e Comunicação
Tecnologias de comunicação avançadas facilitam a integração de dados entre diferentes entidades responsáveis pelo saneamento, promovendo uma melhor coordenação e compartilhamento de informações entre órgãos reguladores, prestadores de serviços e usuários finais.
Aplicativos e plataformas digitais podem ser desenvolvidos para promover a conscientização da população sobre o uso eficiente da água, gerenciamento de resíduos e informar sobre problemas ou irregularidades nos serviços, permitindo uma maior participação e engajamento da comunidade.
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